Em momentos de dificuldades sempre surgem oportunidades para o desenvolvimento de técnicas e procedimentos avançados nas diversas áreas da medicina. Assim ocorreu com diversos medicamentos e técnicas na cirurgia vascular, como os anticoagulantes (heparina), cujos estudos e possibilidades de uso clínico começaram nos períodos de conflitos da Segunda Guerra Mundial, possibilitando o avanço no tratamento de membros feridos que anteriormente não eram passiveis de recuperação.
Neste período de Pandemia da Covid 19, onde existem restrições para tratamentos eletivos cirúrgicos, principalmente pela alta taxa de ocupação dos leitos hospitalares, e também pelo temor do contágio no ambiente hospitalar, evidenciamos a grande importância dos tratamentos menos invasivos e sem necessidade de internações, garantindo sucesso na maioria dos casos de varizes dos membros inferiores em ambientes seguros e com comodidade para os pacientes.
As técnicas mais recentes para o tratamento de varizes não necessitam de repouso ou internação e nem mesmo anestesias, diminuindo muito os riscos para os pacientes, desde que realizados por profissionais capacitados, ou seja, cirurgiões vasculares habilitados.
Entre os tratamentos mais utilizados está o uso de Laser transdérmico em associação com escleroterapia líquida, técnica descrita como cLacS (crio Laser e crio Escleroterapia), onde realizamos o tratamentos de varizes reticulares e de telangiectasias com uso de equipamento de resfriamento da pele para minimizar desconforto e proteger a pele, garantindo satisfação no tratamento funcional e também estético. Pode ainda ser utilizado associado ou isoladamente a escleroterapia com espuma densa, principalmente em casos de varizes mais calibrosas e ainda com lesões da pele.
O mais importante é a adequada avaliação médica com realização de exame físico minucioso, sempre utilizando algumas ferramentas para ajudar, como a realidade aumentada, que utiliza imagens em infravermelho para melhor visualizar vasos até 5 mm de profundidade, identificando veias nutridoras dos temidos vasinhos, chamados de telangiectasias.
A grande pergunta que resta é: Por que trata-las?
A presença de varizes tem implicações funcionais e estéticas que particularmente neste período podem piorar a qualidade de vida ainda mais. Do ponto de vista funcional, sabemos que a presença de varizes aumenta o risco de eventos trombóticos, fator de grande importância visto que no isolamento ocorreu uma diminuição das atividades físicas e tendência ao sedentarismo e ainda a própria patologia Covid 19 é considerada de alto risco para tais fenômenos trombóticos. A incidência de depressão é altíssima e os cuidados com o bem estar emocional podem ser impactados negativamente com a insatisfação estética devido a presença de varizes e vasinhos, portanto, o cuidado com a estética pode ser fundamental para uma boa saúde emocional.